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Marcelo Pardini

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Marcelo Pardini


Opinião

Brasil rural, o país que dá certo

A pujança do Agronegócio brasileiro, setor que se autorregula, sendo modelo em produtividade para o mundo

22/06/2025 - 11:20

O Brasil que dá certo: assim defino o meio agropecuário nacional. Um setor que se autorregula, sendo modelo em produtividade para o mundo. O caipira de outrora atualizou-se e fez de seu árduo trabalho o sustento de uma enorme cadeia econômica-social, sempre valorizando princípios éticos e morais, preservando a fauna e a flora. Aplaudo a paixão do pecuarista, que defende o bem-estar animal, bem como a responsabilidade do agricultor, que investe para aumentar a produtividade num menor espaço de terra. Ambos têm como premissa a preservação do verde e da água. Essa seara é orgulho da nossa nação, a parte que funciona do combalido Brasil.

Segundo dados do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) de 2024, o rebanho bovino brasileiro é de aproximadamente 234,67 milhões de cabeças, o maior do mundo. Os animais estão espalhados em 170 milhões de hectares de terras, do Oiapoque ao Chuí, uma vez que a Pecuária é a única atividade que está presente em 100% dos municípios brasileiros. O Brasil, “o verdadeiro celeiro do mundo”, através da Pecuária, mantém preservadas 61% das áreas originais de floresta (enquanto a média mundial é inferior a 25%). A pujança do Agronegócio verde e amarelo parece infindável, mesmo com as desastrosas políticas agrícolas, que não mantêm ações coerentes, tomando novos rumos a cada governo. Ah, se a máquina pública nacional fosse enxuta e funcionasse…

Faz-se necessário ressaltar os bons tratos e os cuidados para com os animais. É repugnante ver o setor atacado por políticos corruptos e pseudoativistas, especialmente no atual "desgoverno", usando de meios espúrios para desqualificar uma atividade que, repito, é modelo para países de primeiro mundo. O meio rural é composto por pessoas trabalhadoras, que enfrentam e superam as dificuldades para sustentar o nosso país. Ainda em termos de contextualização, trago números vultosos referentes à "indústria do cavalo", setor que cresceu mais de 10% ao ano na última década. Segundo a revista IBEqui, do Instituto Brasileiro de Equideocultura, publicada em maio de 2023, a movimentação é de R$ 35 bilhões por ano. E há previsões de que tal montante supere os R$ 50 bilhões num curto espaço de tempo. Isso nos permite assegurar que a Equinocultura é maior do que diversas indústrias primárias, como Feijão, Trigo e Algodão. O setor emprega 600.000 pessoas diretamente e mais de 3.000.000 indiretamente. E dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmam a existência de 5,7 milhões de equinos no Brasil, fazendo com que tenhamos o quarto maior plantel do mundo, ficando atrás somente de Estados Unidos (9,5 milhões), China (6,8 milhões) e México (6,3 milhões), respectivamente.

Marcelo Pardini
A Equinocultura nacional emprega, indiretamente, três milhões de pessoas

Ressalto que o cavalo é o melhor amigo do homem (mais sincero até mesmo do que o cachorro). Quando não gosta de você, ele murcha a orelha, dá um chega pra lá com a cabeça e até manda o pé. Mas se gosta, aquele ser enorme, de 500 e tantos quilos, torna-se um parceiro fiel, entregando-se à relação, pronto para ficar ao seu lado sob qualquer condição. Como sei disso? Há centenas de anos o homem aprendeu a se comunicar de diversas formas com os equinos, seja via gestos, sons e sinais. E tal relação só faz melhorar. Engana-se quem pensa que o mercado equestre seja excludente, pelo contrário, a base é formada por pequenos empresários e profissionais liberais. O motivo do envolvimento? O amor para com os animais! Sem falar na Equoterapia, disseminada em diversas regiões do país, trabalho que tem o cavalo como o agente principal no tratamento de distúrbios e doenças do homem. Mais do que falar sobre dados estatísticos e números econômicos, ressalto que o meio do cavalo é o melhor formador de caráter para as crianças. Nas provas, a meninada lida com pessoas de diferentes credos e classes sociais: aprende sobre compreensão e respeito. Nos torneios, o jovem lida com derrotas e vitórias, trabalha a aceitação e a humildade. E, sobretudo, reconhece limites, os próprios e os do seu amado companheiro de quatro patas. 

Em suma, por mais que tentem destruir o Brasil, a parcela nacional do bem - que é encabeçada pelo meio rural, segue trabalhando em dobro, bradando por Justiça, lutando por um país melhor. Eu acredito na força do campo!


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Marcelo Pardini contato@agromp.com.br

Marcelo Pardini é leiloeiro rural, narrador, pós-graduado (Mkt), poeta, cavaleiro. Titular da marca Agro MP - A voz do Agronegócio

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